segunda-feira, 18 de junho de 2012

Juízes criticam liberação de drogas




Magistrados publicam manifesto no site do Tribunal de Justiça contra a proposta, aprovada por comissão do Senado, que libera do porte de entorpecentes para consumo próprio
Promotores de Justiça e juízes das promotorias e varas de entorpecentes do Distrito Federal estão preocupados com a aprovação daproposta de descriminalização do porte de drogas para consumo. A reforma da lei de drogas no Brasil já teve carta branca da Comissão de Juristas do Senado, em 28 de maio, mas a alteração ainda será apresentada aos senadores no fim deste mês. Ela prevê a liberação do uso pessoal de uma quantidade de droga para consumo de até cinco dias. Caso o anteprojeto seja aprovado no Congresso, a quantia para diferenciar traficantes de usuários será definida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Em demonstração da insatisfação com o projeto, os magistrados divulgaram um manifesto na página do Tribunal de Justiça do DF e Territórios. O documento foi assinado por quatro juízes e sete promotores de Justiça. Em entrevista ao Correio, os juízes disseram temer um aumento da população usuária de drogas no Distrito Federal. "A maior contradição é taxar uma quantidade para identificar quem é usuário ou traficante. É evidente que os traficantes se amoldam para não serem pegos. Se essa proposta for aprovada, teremos mais traficantes com poucas quantidades de drogas", avaliou Paulo Giordano, juiz da 2ª Vara de Entorpecentes do DF.
Um levantamento das Varas de Entorpecente aponta que 80% dos traficantes também são consumidores de drogas. Para a juíza Leila Cury, o Código Penal já teve modificações em 2006 com a lei nº 11.343, denominada "Nova Lei de Drogas", que não prevê prisão para usuários de drogas, mas, sim, penas alternativas como prestação de serviço à comunidade e tratamento da dependência química. "A legislação é muito rica porque faz a diferenciação de quem é traficante e de quem não é. O pequeno traficante já é beneficiado por demais e, se for permitido o uso de drogas, haverá um retrocesso e um impacto social muito grave", acredita.
O temor também é de enfraquecer o papel da família. "Imagina a dificuldade de um pai conscientizar um filho de que aquilo é errado, se o próprio Estado não proíbe? Neste caso também vamos causar uma desestruturação familiar muito grande", analisou o juiz Luis Gustavo Barbosa, da 3ª Vara de Entorpecentes. A mesma opinião tem o magistrado Aimar Neres. "Flexibilizar a lei ainda mais não vai combater o tráfico e vai estimular as pessoas a usarem drogas", defendeu.
Na visão do promotor de Justiça do Ministério Público do DF e Territórios Theodoro Corrêa de Carvalho, a descriminalização do consumo de drogas não resolve o problema dos usuários e contribuirá para o aumento da violência. "Essa questão preocupa a sociedade como um todo. A gente vê famílias destruídas e é algo que os juristas não estão preocupados. Se a gente descriminaliza, acontece o mesmo que ocorreu com o álcool e com o cigarro, que é criar uma falsa percepção do risco", disse. Promotores e juízes também vão encaminhar ao Senado um manifesto em oposição à descriminalização.
Avanço
A visão dos promotores e dos magistrados não é a mesma de juristas e especialistas no assunto. Para Pedro Abramovay, professor de direito da Fundação Getúlio Vargas do Rio de Janeiro e ex-titular das secretarias Nacional de Justiça e Nacional Antidrogas, a descriminalização representará um avanço expressivo em relação à política de combate aos entorpecentes. "É uma medida que melhora a qualidade do enfrentamento do crime organizado e da saúde dos usuários. As pessoas precisam de tratamento, mas, em vez disso, estamos prendendo cada vez mais usuários como se fossem traficantes porque não há critério para diferenciá-los", disse.
Abramovay ainda destacou que o número de pessoas detidas por tráfico de entorpecentes saltou de 60 mil para 125 mil nos últimos cinco anos, desde a nova Lei de Drogas. "A criminalização não teve nenhum efeito positivo sobre o crime organizado e sobre o consumo. A grande maioria dos presos por tráfico nunca tiveram nenhuma relação com a violência. Eles saem do presídio sem perspectivas e sem empregos e, aí sim, o sistema passa a ser abastecido com mão de obra", defendeu. Abramovay ainda citou o exemplo de Portugal, onde a descriminalização das drogas foi aplicada e o país desenvolveu uma política de tratamento. "A ação é muito mais efetiva do que era antes", disse.
Para o conselheiro da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-DF), Renato Coelho, a repressão não é o caminho para resolver a questão do crime organizado em relação ao tráfico de drogas. "Hoje, nenhum presídio tem um controle efetivo da entrada das entorpecentes, avalie nas ruas. Essa é uma situação de conscientização e educação", acredita.


Opinião do Blog:
Não podemos deixar que essas criticas atrapalhem na aprovação final dessa lei ,um pai deve conscientizar um filho que Cannabis é um entorpecente recreativo usado por maires de 18 anos ,assim como as bebidas alcoólicas,que causa males se for usado em excesso ,o que acontece é que pessoas que não se interessam em fumar a erva ou que simplesmente nunca tiveram contato com a mesma, ou no meio em qual foram criados a Cannabis fora discriminada ,querem insistentemente proibir o seu uso por outras pessoas associando-o a criminalidade ,sendo que não cabe a ninguém decidir o que cada um vai comer ,beber ,pensar ou fumar,afinal vivemos em uma democracia,porem com algumas restrições como essa.Flexibilizar a lei vai combater o tráfico ,se a maconha for vendida em pontos de vendas legalizados pelo governo, onde ela seria vendida juntamente com panfletos de conscientização sobre o uso da droga que o individuo maior de 18 anos estiver comprando ,acredito que dessa forma os usuários não terão de recorrer mais a traficantes,ate por que a maconha que é vendida nas ruas não é de uma qualidade boa nem  é saudável,nas lojas legalizadas teríamos assim um produto natural,esse sistema já funciona na holanda e no canada ,e não aumentou o numero de usurários e sim reduziu o numero de viciados em heroína,e ainda gera um lucro enorme para os cofres públicos o que pode ser convertido para melhorias na areá de saude e educação sendo assim um negocio rentável para o pais que poderia gerar inúmeros empregos reduzindo o numero de desempregados no Brasil ,e o que é melhor com a liberação das drogas a policia poderá concentrar suas forças para evitar assaltos e assassinatos tornando assim uma sociedade mais segura e igualitária.










2 comentários:

  1. é isso ae ,temos que expor nossas opinioes tambem!

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  2. Ao meu ver, isso tudo não se passa de balela.
    Economizamos esforços para melhorias e esbanjamos eles em miséria.
    Como um engravatado do senado pode ser por no lugar de um pai de família, com fome, com filhos, com nada?
    Eles não sabem de nada!!! E por quê? Porque não querem saber.
    A saúde está precária, o país está precário. E as ideias da população também.
    Estamos sem informações e ao mesmo tempo obtendo informações demais.
    A população nem percebeu e foi fadigada com tanta ignorância, sem perceber nos posicionamos juntamente
    a essas mentes, mentes fechadas. Ou melhor, BLOQUEADAS, bloqueadas por um costume.
    Estamos acostumados com esse tipo de atitude, e não fazemos ABSOLUTAMENTE nada para modificar.

    Precisamos de educação, saúde, empregos, moradias, precisamos de um país.
    Precisamos de um governo que foque a população, que foque o necessário para que o país cresça.
    Precisamos de auxílio, de instruções que sejam realmente REDUNDANTES, e não viver numa pseudo-ditadura,
    onde pagamos caro para sermos maltratados, onde pagamos caro por sermos quem somos.

    O Brasil se tornou hipócrita, mas a cada vez resurge uma oportunidade de crescimento, de mudança, não devemos
    nos deixar abater pelas causas ignorantes que os demais propagam.

    Como podem comparar o uso de uma planta, a Cannabis (http://pt.wikipedia.org/wiki/Cannabis), com a dependência intensiva
    de drogas e entorpecentes que causam a degradação da população.
    Estamos mesmos entregues a miséria...

    A MISÉRIA do pré-conceito.
    A MISÉRIA do baixo conhecimento, e além, o baixo INTERESSE em querer passar a conhecer, a passar a fazer a mudança, a diferença,
    que é essencial para essa democracia.

    É, estamos numa democracia em base de ditaduras, em base de leis que só sobrepõem leis e mais nada.
    EM LEIS FALHAS, em leis absurdas!!!

    Em leis que só visam o bem próprio dos autoritários, escandalizando as necessidades públicas atuais.

    Uma criança sem instrução é uma criança entorpecida, entorpecida de ignorância por estar acostumada com esse
    desvio que a sociedade produz generalizando os usuários à marginais, à dependentes, à medíocres.

    MEDÍOCRE É ESSA SITUAÇÃO.
    Medíocre é a capacidade desse "profissional" que confiamos para nos governar.


    Com a legalização não estaremos salvando o mundo, mas estamos salvando a causa de salvá-lo.
    Estaremos propondo à nós mesmos, a oportunidade de viver num mundo melhor, com igualdade e acima de tudo...

    LIBERDADE.

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